quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Somos todos Charlie



Conheci as pranchas de Wolinski em 1970, no Charlie Mensuel com a escandalosa Paulette (desenhada em colaboração com Pichard), e Cabu, por essa altura também, com Le Grand Duduche, o adolescente magrizela, anti-militarista e contestatário. Soube anos mais tarde que Cabu era amante de Jazz; fez capas de discos e as suas ilustrações e cartoons estão espalhados por um sem número de publicações.
Ao longo dos anos adquiri ocasionalmente o Charlie Hebdo onde conheci também Charb e Tignous, embora a particularidade da situação política e social francesa (e o calão) me dificultasse a percepção do seu humor.
A minha admiração por estes autores, pelo seu humor acintoso e pela sua irreverência, pela liberdade como forma de vida vem desse tempo até hoje. O meu adeus sentido a Wolinski, Cabu, Charb e Tignous.
A estupidez e a cobardia dos fanáticos é incompreensível para os democratas, as pessoas livres e sãs de espírito, e não tenho dúvidas que este crime apenas servirá os propósitos de outros fanáticos. Os fanáticos religiosos, os racistas, os idiotas, os fascistas, a direita mais conservadora está já à espreita, e é ver como os censores (até o gajo que proibiu o Pato com Laranja!!!) se apressaram a condenar o atentado e as bandeiras dos fascistas se viram nas ruas de Paris.  
É preciso que os defensores da liberdade não claudiquem. É preciso que o Charlie não desapareça. Porque nós somos todos Charlie.
É preciso que o atentado ao Charlie Hebdo não seja um Fin mas um À Suivre.







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